terça-feira, 20 de maio de 2014

Para a vida.


Querida vida,
poupe-nos da frieza da morte
e da amargura, e a tristeza
e mais ainda da angustia
da solidão presente
e se não me mandas alegrias
que também passem longe
as desgraças
que me tragas os bons ventos
e o doce sabor do carinho
e se me negares tudo
o que agora peço
saberei que no fim
terás de me dar
no fim, talvez
o que eu mais peço
poder amar.

Amar com o sangue.

Pois saiba que
se te amarem com o coração,
não é amor
quem ama, ama com o estômago
onde moram as borboletas
ama com o hipotálamo
de onde vem os sentimentos
ama com os olhos
de onde nascem as lágrimas
ama com os braços
que abraçam forte
na tentativa de te fazer ficar
quem ama é a memória
de onde vem as recordações
ondem se guarda a saudade
mas quem te disse que o sangue ama?

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Era aquilo.

Sabe o que era, era cheiro de fruta
era sabor de saudade
era paixão mal comida
era aquela solidão presente
aquele cheiro de ontem
e aquele aperto no peito
e no fim era tudo vontade
vontade de você, e você nunca sabe
nunca veio.

Sabor do amor.

De todo amor que sei e que conheço nunca tenho nada mais a dizer. Em boa parte é triste e sacrificante. É amargo. Os amantes de amor doam-se por inteiro por migalhas de amor. Mas assim somo nós, sempre querendo mais do que já temos, seja amor, seja água. Mesmo feito em boa dose de dor e desespero, há sempre algo poético em amar. Para nossa sorte, ou não, o ser humano sempre volta a amar, gostamos de ciclos, o amor é um deles. Amar é doce mendigar amor é que é amargo.

Poraí.

E quem sabe
Qualquer dia desses
em uma viela,
um beco,
um fosso,
um poste,
um suspiro, ou
um segundo
o amor não te pega
te agarra,
gruda,
não se solta,
te chupa todo o sangue
até os ossos
e você acaba sorrindo,
gostando,
amando, e quem sabe
até, querendo mais.

Oásis da Alma.

De todas as coisas que conheço, e eu até que as conheço bastante, sei que: se perder é ruim, em todos os aspectos. Se perder em si mesmo é pior. De qualquer forma é vazio, mas está sempre lá. Força-nos a procurar refugiu em pequenos lugares em nós mesmo. Longes da frustrações que nos cercam internamente e por vezes nos cegam também para o exterior. E esse pequenos oásis internos ás vezes demoram a chegar. O desespero é inevitável. Paramos de fugir de nós mesmo quando os encontramos. Porque sabemos, ele existem, e enquanto nós existirmos eles estarão lá. Nem sempre fáceis e sóbrios, mas por vezes precisando ser descobertos e vividos. E saberemos quando acharmos, e nós acharemos.

Morar num abraço.

Sim. Talvez eu quisesse morar num abraço. Num abraço quente e gostoso, como aqueles que a gente dá no frio. Aqueles em pessoas maiores que nos protegem. Naquele de mãe. Sentir o sabor da proteção e do amor. Fugir das incertezas, não querer sentir o chão. Porque em abraço nunca se pensa. Abraços terminam infelizmente, mas voltam a acontecer. E as vezes, só as vezes, ou quase sempre preciso morar num abraço, só para não ter a sensação de estar sozinha.